Você não vai acreditar no que acontece nesta aldeia indígena em SP!
Prepare-se para uma imersão em um universo de tradição, cultura e luta! Localizadas em Barão de Antonina, interior de São Paulo, as aldeias Txondaro Tekoá M’bae e Karugwa resistem ao tempo, preservando seus costumes ancestrais e oferecendo serviços essenciais para sua comunidade.
Com uma população de 134 indígenas, representando 3,79% dos habitantes locais, Barão de Antonina se destaca como a terceira cidade com maior concentração de povos originários em São Paulo, segundo o Censo 2022 do IBGE. Embarque conosco nesta jornada e descubra o cotidiano, as histórias e a força dos povos que habitam essas terras!
Um mergulho nas aldeias Txondaro Tekoá M’bae e Karugwa
Desde 2005, as aldeias Txondaro Tekoá M’bae e Karugwa florescem em Barão de Antonina. Com escolas estaduais e uma economia baseada na caça, pesca e artesanato, essas comunidades oferecem um vislumbre fascinante de um modo de vida único.
Txondaro Tekoá M’bae: A aldeia dos guerreiros
Com 38 moradores de 1 a 59 anos, a aldeia Txondaro Tekoá M’bae, que significa “aldeia dos guerreiros” em tupi-guarani, pulsa com vitalidade. Liderada pelo cacique e professor Ronald Natan de Lima, a comunidade se orgulha de sua união e do cuidado mútuo.
A rotina na aldeia:
- Manhã: Ronald compartilha seu conhecimento como professor na escola local.
- Tarde: A diversão toma conta com jogos de futebol, caça, arco e flecha, além de atividades administrativas na prefeitura.
A aldeia também se dedica à produção de mandioca e artesanato, com planos ambiciosos para o futuro, como a construção de um campo de lazer para as crianças, a expansão da aldeia e a ampliação da escola.
O peso da história e a força da tradição
Ronald carrega consigo a responsabilidade de ser indígena, honrando as histórias de seus antepassados, marcadas por sofrimento, violência e preconceito. No entanto, ele se dedica a fortalecer a cultura e a tradição entre as crianças, mostrando como era a vida de seus ancestrais e equilibrando o uso da tecnologia com atividades como artesanato, estudo e brincadeiras.
O futuro nas mãos das crianças
Rebeca da Silva, Mirela Mendes Vargas e Bryan Oliveira, crianças orgulhosas de suas origens, compartilham o que significa crescer em uma aldeia indígena. Além de aprender tupi-guarani na escola, eles participam de aulas com danças, músicas e costumes tradicionais. Fora da sala de aula, a diversão é garantida com televisão, futebol, artesanato e brincadeiras tradicionais. E, para o futuro, Mirela sonha em ser professora, enquanto Bryan e Rebeca almejam a carreira na medicina.
A arte que emana da alma indígena
Na aldeia, a arte floresce em peças únicas e artesanais, criadas com maestria pelos moradores. Valdeir Lima, vice-cacique e artesão há 16 anos, produz arcos, flechas e zarabatanas, enquanto as mulheres se dedicam à criação de filtros dos sonhos, pulseiras e brincos. Os materiais são colhidos da natureza, e o processo de produção é demorado, resultando em peças que variam de R$ 10 a R$ 1.000, vendidas na aldeia, em feiras e em apresentações culturais.
A dança como forma de conexão com o divino
Em uma apresentação emocionante, os indígenas da aldeia compartilharam sua dança tradicional em agradecimento a Nhandru, seu deus. Esse ritual, assim como as danças e músicas dedicadas à superação de momentos difíceis, é uma forma de pedir bênçãos e forças. As canções, entoadas em tupi-guarani, exaltam a natureza, os pássaros e os rios, transmitindo a profunda conexão da comunidade com suas raízes.
Mulheres que inspiram e transformam
Jussara Mariano, Isabel Lima e Cristine Izau, professoras e moradoras da aldeia, conciliam o ensino com a produção de artesanato. Unindo forças em um trabalho comunitário e cooperativo, elas incentivam as crianças a desenvolverem as atividades culturais indígenas, integrando o aprendizado digital ao cotidiano e preservando as tradições. Elas se orgulham de seu papel de liderança, mães e profissionais, rompendo barreiras e inspirando novas gerações.
Karugwa: Um centro de desenvolvimento e cultura
A apenas 800 metros da aldeia Txondaro Tekoá M’bae, a aldeia Karugwa abriga 150 indígenas e se destaca como um centro de atividades voltadas para a agricultura familiar, agroflorestas e o desenvolvimento cultural. Com uma escola estadual de período integral desde 2005, a comunidade oferece educação de qualidade para seus 20 alunos, com o apoio de 19 professores.
Educação que valoriza a cultura e a tradição
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo garante que a Educação Escolar Indígena siga a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Parte Diversificada, com ênfase no ensino da língua indígena e nos saberes tradicionais, como o tupi-guarani. A escola da aldeia oferece um ambiente completo para o aprendizado, com salas de aula, área de leitura, informática e um laboratório ao ar livre dedicado às atividades culturais.
A luta pela educação e o futuro das crianças
Eder de Lima, professor e morador da aldeia, personifica a luta pela educação e pelos direitos indígenas. Para ele, ser indígena não é um fardo, mas sim um chamado à ação. Ele orienta as crianças a buscarem conhecimento e a se tornarem advogados, doutores e professores, para que possam defender seus direitos e fortalecer a luta indígena. Para Eder, o dia 19 de abril representa a celebração da luta ancestral e a esperança em um futuro melhor para as crianças.
O sonho de um futuro livre e próspero
Wagner Antônio, diretor da escola na aldeia Karugwa, compartilha o sonho de um futuro livre e próspero para a comunidade. Ele almeja que os indígenas tenham suas terras, seus rios e suas crianças livres para brincar, sem o medo de sair da aldeia. Wagner acredita na formação de indígenas que ocupem outros lugares na sociedade, sem abandonar suas raízes e sua cultura.
As aldeias Txondaro Tekoá M’bae e Karugwa são um exemplo de resistência, cultura e luta. Ao preservar suas tradições e investir na educação, essas comunidades abrem caminho para um futuro mais justo e igualitário para os povos indígenas.