A Receita Britânica para um Envelhecimento Digno: Lições para o Brasil?

O **Centre for Ageing Better**, um centro de estudos no Reino Unido, acaba de divulgar um relatório alarmante sobre a vida dos idosos no país. O estudo, intitulado “The State of Ageing 2025”, revela que a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) teve um impacto devastador nos indicadores sociais, especialmente para a população mais velha. Mas o que isso tem a ver com o Brasil?

Prepare-se, pois as semelhanças são surpreendentes! Assim como no Brasil, o Reino Unido enfrenta um **desmonte do sistema público de saúde** (o NHS, similar ao nosso SUS), antes considerado um modelo de excelência. Essa realidade nos obriga a refletir: estamos no caminho certo para garantir um futuro digno para nossos idosos?

Desigualdade e Envelhecimento: Um Cenário Preocupante

A qualidade do envelhecimento no Reino Unido varia drasticamente de acordo com a região. Enquanto em Londres 80% dos idosos se mantêm ativos e independentes, esse número despenca nas regiões Norte, Nordeste e nas áreas rurais. A situação é agravada pelo fato de que 2,3 milhões de idosos vivem em lares inadequados, o que prejudica ainda mais sua saúde.

Mas não se engane, o problema não é apenas geográfico. A **saúde, o trabalho e a pobreza** estão intrinsecamente ligados. Regiões com menos oportunidades de emprego apresentam os piores indicadores de qualidade de vida para os idosos. A saúde debilitada é a principal causa de afastamento do mercado de trabalho, mas a verdade é que muitos britânicos entre 50 e 65 anos gostariam de voltar a trabalhar, caso tivessem o apoio necessário.

O Que o Reino Unido Pode Nos Ensinar?

O relatório britânico destaca a importância do emprego para a segurança financeira na velhice. Afinal, é através do trabalho que as pessoas contribuem para a previdência social, garantindo uma pensão no futuro. No Brasil, a situação é ainda mais crítica: mais de 19 milhões de trabalhadores autônomos e informais não contribuem para a previdência, o que significa que não terão direito à aposentadoria nem a outros benefícios do INSS.

A boa notícia é que o relatório apresenta uma série de demandas aos formuladores de políticas públicas, que podem servir de inspiração para o Brasil. A principal delas é a necessidade de **corrigir o baixo investimento crônico**, que impede que a população envelheça com dignidade. Mas o que isso significa na prática? Confira a lista:

A Receita para um Envelhecimento Digno: Ingredientes Essenciais

  • Saúde:
    • Aumentar a cobertura de cuidados básicos, incluindo atendimento odontológico.
    • Fortalecer a rede de médicos de família.
    • Ampliar os serviços de saúde mental.
    • Utilizar tecnologia acessível, sem abrir mão do contato presencial.
  • Trabalho:
    • Oferecer oportunidades de emprego e treinamento contínuo para todas as idades.
    • Apoiar os cuidadores para que possam conciliar trabalho e responsabilidades familiares.
  • Moradia:
    • Apoiar a adaptação e manutenção das casas de idosos.
    • Oferecer serviços comunitários para pessoas com necessidades especiais.
    • Criar e manter espaços verdes nas comunidades.
  • Transporte:
    • Investir em transporte público de qualidade.
    • Disponibilizar informações acessíveis sobre horários e meios de transporte.
    • Capacitar motoristas para atender passageiros com deficiência.
  • Coesão Social:
    • Garantir a segurança para a livre circulação dos moradores.
    • Recuperar áreas degradadas.
    • Criar centros comunitários com atividades para jovens e idosos.
    • Promover programas de integração e convivência entre gerações.

Envelhecer com dignidade é um direito de todos. Que as lições do Reino Unido sirvam de alerta e inspiração para construirmos um futuro melhor para os idosos no Brasil!

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