Tragédia no Rio: Adolescente Sonhador Tem a Vida Interrompida por Tiros

No Rio de Janeiro, a história de Gabriel Santos Vieira, um jovem de apenas 17 anos, comoveu a todos. Gabriel, morador do Complexo do Alemão, foi vítima de disparos durante um confronto no Engenho da Rainha, Zona Norte da cidade.

A vida de Gabriel era uma jornada dupla: durante o dia, ele se dedicava ao trabalho em uma pizzaria, e à noite, sua paixão pela dança o transformava em um verdadeiro príncipe em festas de 15 anos. No entanto, seus sonhos foram interrompidos de forma brutal.

Uma Noite Fatídica

Na noite de quarta-feira (30), Gabriel seguia de moto para uma festa em Madureira quando a tragédia aconteceu. Em meio a uma perseguição policial na Avenida Ademar Bebiano, ele foi atingido por cinco tiros nas costas, vindo a falecer no local.

A família, em busca de respostas, esteve no Instituto Médico-Legal (IML) para liberar o corpo do jovem. O relato da tia de Gabriel, Leia dos Santos Rodrigues, é de profunda dor e incredulidade: “Gabriel representava uma figura incrível na vida de todo mundo. Tá todo mundo impactado”.

Um Futuro Interrompido

Ana Renata Maciel da Silva, tia e madrinha de Gabriel, expressou a tristeza de ver mais um jovem com um futuro promissor ser interrompido pela violência: “Um jovem que tava indo trabalhar, que tinha todo um futuro pela frente, que tava cheio de sonhos, como muitos aí. E vai ser mais um Gabriel que tava no momento errado, no lugar errado”.

O avô de Gabriel, Robson da Silva Rodrigues, lamentou o preconceito que associa moradores de favelas ao crime: “Um menino muito estudioso, dedicado, entendeu? Menino família. As pessoas acham que porque mora na favela é traficante e tem que chegar dando tiro. Não é assim”.

Investigação em Andamento

A família relatou ter ouvido de testemunhas que os tiros que atingiram Gabriel partiram de policiais militares (PMs). Leia dos Santos Rodrigues compartilhou o relato de testemunhas: “Eles falaram assim: ‘eu fiquei aqui até agora, para falar fatalidade, brutalidade o que fizeram uma injustiça para com o seu filho. Os policiais mataram o seu filho, eles vieram atirando’”.

A Polícia Militar, em nota, informou que policiais da UPP do Alemão faziam patrulhamento na Avenida Adhemar Bebiano e abordaram um carro suspeito. Segundo a PM, houve troca de tiros e, posteriormente, constataram que dois homens haviam sido atingidos.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu a investigação e a perícia constatou que Gabriel foi baleado cinco vezes pelas costas. A PM confirmou que os policiais envolvidos usavam câmeras nos uniformes e as imagens serão analisadas.

O sepultamento de Gabriel está marcado para sexta-feira (2), no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte. A família clama por justiça e espera que o caso não seja mais um a cair no esquecimento.

Outra Vítima

Além de Gabriel, o motociclista Vanderson Ferreira, de 40 anos, que trabalhava como motorista de aplicativo, também foi baleado. Ele foi internado e passou por cirurgia, encontrando-se em estado estável.

Aleksander Rocha, afilhado de Vanderson, lamentou a situação: “Quando eu cheguei, ele tava no chão, deitado, falando ‘por que aconteceu isso comigo, por que aconteceu isso comigo?’. Infelizmente é isso que a gente tá vivendo no Rio de Janeiro. Ele trabalhando, e meu padrinho aí, a gente não sabe como é que ele vai ficar”.

Em Busca da Verdade

  • A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o caso.
  • As imagens das câmeras dos policiais militares serão analisadas.
  • As armas dos policiais foram recolhidas para perícia.

A comunidade espera que a investigação traga à tona a verdade sobre o que aconteceu e que a justiça seja feita por Gabriel e por todas as vítimas da violência no Rio de Janeiro.

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