A Incrível História Secreta dos Cardeais: De ‘Homens-Dobradiça’ a Pilares da Igreja Católica!
Você já se perguntou como surgiu a figura dos cardeais, aqueles religiosos tão importantes que decidem o futuro da Igreja Católica? Prepare-se para uma viagem fascinante de 2 mil anos, repleta de segredos, intrigas e reviravoltas!
As Origens Clandestinas: Roma e os ‘Homens-Dobradiça’
No turbulento primeiro século da era cristã, os seguidores de Jesus se espalharam pelo mundo, buscando novos convertidos. Ao chegarem a Roma, precisaram ser astutos, pois a perseguição era implacável. Foi nesse cenário que surgiu um grupo especial, os chamados ‘homens-dobradiça’.
Segundo o jornalista Glenn D. Kittler, esses indivíduos conheciam Roma como a palma da mão, sabiam em quem confiar e quem evitar. Sua habilidade de ‘abrir e fechar portas’ lhes rendeu o apelido, derivado da palavra romana ‘cardo’, que significa dobradiça.
Essa história, embora popular, carrega um toque de lenda, uma ‘tradição inventada’ para construir uma linguagem simbólica. No entanto, a verdade é que, ao longo dos séculos, a figura do cardeal se fortaleceu, tornando-se crucial na Igreja Católica.
O Significado Oculto: ‘Cardo’ e a Sustentação da Igreja
A historiadora Lidice Meyer explica que a ideia de ‘dobradiça’ está ligada à responsabilidade dos cardeais em sustentar teologicamente a Igreja em Roma. Já o pesquisador Thiago Maerki esclarece que ‘cardo’ remete à ideia de centro, um ponto de articulação essencial na administração da Cúria Romana.
A Evolução do Cargo: De Sacerdotes a Conselheiros Papais
Inicialmente, o termo ‘cardeal’ designava os padres diocesanos vinculados a igrejas importantes, sem o poder decisório que possuem hoje. André Leonardo Chevitarese, historiador do cristianismo primitivo, ressalta que as referências mais antigas datam do final do século 5 e início do século 6.
Antônio Geraldo da Cunha, em seu dicionário etimológico, define cardeal como ‘principal, fundamental’. Contudo, o padre John O’Malley considerava as explicações sobre a origem do termo ‘duvidosas’.
O teólogo Raylson Araujo associa a palavra ‘cardeal’ às virtudes cardeais – fé, esperança e caridade – e aos homens ligados ao papa no governo da Igreja.
A Institucionalização: Das Igrejas de Roma ao Colégio Cardinalício
A posição de cardeal foi institucionalizada entre os séculos 5 e 7, ganhando um peso diferente do atual. Meyer destaca que o termo era usado para os diáconos das sete regiões de Roma, que participavam da administração da Igreja.
Com o tempo, o título passou a ser um sinal de honra para clérigos urbanos, distinguindo-os dos clérigos rurais. No século 9, várias cidades já possuíam cardeais como uma classe superior do clero.
Araujo complementa que, inicialmente, o título era conferido aos sacerdotes à frente das 25 paróquias de Roma, e, posteriormente, aos bispos das grandes basílicas. Maerki compara que, até o século 10, o cardeal não tinha a importância que possui hoje.
O Colégio Eleitoral: A Escolha do Papa
Com o fortalecimento do poder papal, surgiu a questão: como escolher o líder máximo da Igreja? Meyer explica que, nos primeiros séculos, os cardeais participavam da escolha, mas não exclusivamente. Papas eram designados por seus antecessores ou pelo imperador do Sacro Império Romano.
Em 769, o Concílio de Latrão decretou que apenas cardeais diáconos e padres consagrados poderiam eleger o papa. Em 1059, Nicolau 2º determinou que o colégio de cardeais era o órgão exclusivo para a eleição.
Meyer observa que a nobreza passou a nomear cardeais como protetores de seus domínios, influenciando as eleições papais. A regra da maioria qualificada de dois terços foi criada no século 12 para blindar a eleição da influência dos imperadores.
O Conclave: Segredos e Intrigas na Eleição Papal
O conclave mais longo da história durou 1006 dias, de 1268 a 1271! A falta de consenso na escolha do sucessor de Clemente 4º levou a população a trancar os religiosos no palácio papal com provisões reduzidas.
Gregório 10, eleito após esse longo período, criou regras para o conclave, que seguem até hoje. Pelas regras atuais, o conclave começa de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do papa, e os cardeais com menos de 80 anos são isolados durante o processo.
A Diversidade Atual: Uma Igreja Globalizada
Até o pontificado de Francisco, o colégio era predominantemente europeu. Hoje, representantes do Velho Mundo não ultrapassam 50% das cadeiras. Em 1903, o conclave tinha representantes de 14 países, quase todos europeus. Agora, em maio, serão religiosos de 46 países diferentes!
Para saber mais:
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