Escândalo Ambiental no RS: Ex-Superintendente do Ibama Indiciado por Desvio de Aves!
A Polícia Federal (PF) acaba de desmantelar um esquema chocante de desvio de animais silvestres no Rio Grande do Sul. Seis indivíduos foram indiciados, incluindo um ex-superintendente do Ibama, por supostamente facilitar o envio ilegal de aves para criadores particulares.
O esquema, que operava através do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, envolvia a entrega de aves a criadores em troca de pagamentos que chegavam a R$ 20 mil por negociação. A Operação Celeno, que investigou o caso, cumpriu mandados em dezembro de 2024 e agora apresenta seu relatório final.
Quem são os Envolvidos?
Embora a PF não tenha divulgado os nomes, a RBS TV apurou que entre os indiciados estão:
- Paulo Guilherme Carniel Wagner: Ex-superintendente substituto do Ibama no RS e ex-chefe do Cetas.
- Emerson Strack Skrabe: Analista ambiental do Ibama.
Ambos já foram afastados administrativamente de suas funções, e a PF solicitou o afastamento permanente.
Como Funcionava o Esquema?
De acordo com a investigação, os suspeitos ofereciam aves retiradas ilegalmente do Cetas a pessoas interessadas em obter registro como criadores comerciais. Uma das aves desviadas foi uma harpia, a maior ave de rapina das Américas, que foi utilizada em apresentações com cobrança de ingressos em Gramado.
O grupo alegava que os animais estavam em processo de reabilitação, mas, na realidade, utilizava essa justificativa para encobrir uma rede de fraudes que incluía:
- Emissão irregular de autorizações
- Manipulação de sistemas de controle
- Alterações fraudulentas nos registros dos plantéis
Os Pagamentos
A delegada Jeanie Tufureti revelou que os envolvidos recebiam pagamentos em troca dos desvios. A PF identificou depósitos nas contas do ex-chefe do Cetas através da quebra de sigilo bancário.
Testemunhas confirmaram as suspeitas, e a investigação agora segue para o Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se oferece denúncia à Justiça, pede mais investigações ou arquiva o caso.
A Harpia em Cativeiro
Um dos casos mais emblemáticos é o da harpia, que, ao invés de ser reabilitada e reintroduzida na natureza, foi mantida em cativeiro para espetáculos em Gramado. A documentação sobre um projeto de repovoamento de harpias só foi apresentada em novembro de 2024, mas a PF apurou que, desde 2022, os animais da espécie eram destinados a um criador em São Francisco de Paula.
A Investigação
A investigação teve início após uma inspeção da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) no criadouro Vale dos Falcões, onde as harpias estavam. A ausência de documentação levantou suspeitas e levou o caso à PF.
Além das harpias, outras aves como papagaios e tucanos também foram desviadas sob a alegação de reabilitação, mas nunca retornavam à natureza. Um dos casos envolveu nove papagaios verdadeiros oferecidos para formação de plantel de um criador comercial.
O Impacto no Tráfico de Animais
A delegada alerta que esses crimes favorecem o tráfico de animais silvestres, um problema grave no Rio Grande do Sul. Espécies ameaçadas de extinção, como a harpia, são especialmente valorizadas nesse mercado ilegal.
Quem são os Suspeitos?
Além de Paulo Guilherme Carniel Wagner e Emerson Strack Skrabe, a RBS TV identificou outros dois envolvidos:
- Gustavo Trainini: Biólogo e falcoeiro, proprietário do Vale dos Falcões.
- Nelson Arrué Silveira: Criador comercial e presidente da Federação Internacional dos Criadores.
Operação Celeno
O nome da operação faz referência a uma das três harpias da mitologia grega, conhecida por revelar profecias. A escolha do nome alude às três aves harpias encontradas no criadouro comercial no RS, que deram início às investigações.
Aguardamos ansiosamente os próximos capítulos deste escândalo que abala o Ibama e expõe a fragilidade na proteção da fauna silvestre brasileira.