Cracolândia ‘invisível’: Para onde foram os usuários de drogas em SP? A verdade chocante revelada!
Após uma mudança drástica no cenário da Cracolândia, no coração de São Paulo, um novo mapa da dependência química na cidade começa a se desenhar. Uma investigação da TV Globo revelou que, embora o fluxo de usuários tenha diminuído na região central, a crise não desapareceu – apenas se deslocou para outros pontos da metrópole.
A Surpresa do Prefeito e o ‘Curral Humano’
O prefeito Ricardo Nunes expressou surpresa com o esvaziamento da Rua dos Protestantes, área que abrigava usuários em condições precárias, confinados por estruturas que lembravam um “curral humano”, como criticado pela Defensoria Pública.
Na contramão do aparente alívio no centro, a equipe da TV Globo identificou concentrações de usuários em bairros como:
- Vila Campanela
- Tatuapé (Zona Leste)
- Consolação
- Bom Retiro
- Brás
- Vila Buarque (Centro)
Além disso, cerca de 100 pessoas em situação de vulnerabilidade foram encontradas na Praça Marechal Deodoro, evidenciando a migração do problema.
Operação ‘Moinho’ e o Desabastecimento de Drogas
A principal justificativa para a dispersão na Rua dos Protestantes é a operação na Favela do Moinho, que desarticulou um ponto chave do tráfico na região. Com a prisão de líderes e o fim de estruturas criminosas, a oferta de drogas foi impactada, forçando os usuários a buscarem novos locais.
A Crise Apenas Redistribuída
Especialistas alertam: a diminuição do fluxo na Cracolândia não significa uma solução para o problema da dependência química. A crise apenas se espalhou pela cidade, exigindo novas abordagens e políticas públicas.
Truculência e Denúncias
A ONG Craco Resiste denuncia o aumento da violência policial contra os usuários, com relatos de agressões físicas e apropriação de pertences. A entidade questiona a eficácia de medidas repressivas e defende abordagens mais humanizadas.
Um Problema Antigo, Novos Desafios
A Cracolândia é um desafio de décadas para São Paulo, com diversas tentativas de intervenção que não lograram êxito. A dispersão do fluxo já ocorreu em outros momentos, como em 2012 e 2022, gerando as chamadas “minicracolândias” em diferentes bairros.
O Que Diz a Prefeitura?
A Prefeitura de São Paulo afirma que tem intensificado as ações de assistência social e saúde, com recorde de abordagens e acolhimentos em abril. A administração municipal também destaca o desmantelamento de hotéis utilizados pelo tráfico e a instalação de câmeras de segurança como medidas para reduzir o uso de drogas no centro.
Segundo dados oficiais, houve uma queda significativa no número de usuários na Cena Aberta de Uso, de 651 pessoas em maio de 2024 para 103 em maio de 2025.
O prefeito Ricardo Nunes reconhece que o problema não está resolvido, mas ressalta o esforço contínuo da prefeitura para oferecer tratamento e combater o tráfico de drogas.
Ações da Prefeitura em Números:
- 1.600 agentes da Saúde e Assistência Social nas ruas
- 4.450 vagas em equipamentos municipais e estaduais
- 1.500 vagas exclusivas para tratamento de dependência química