Descubra o Segredo da ‘Pequena África’ em BH: Uma História de Resistência e Fé!

Você já ouviu falar do bairro Concórdia, em Belo Horizonte? Prepare-se para uma viagem no tempo e no espaço, onde a cultura africana pulsa forte e a história da resistência negra se manifesta em cada esquina.

Localizado na Região Nordeste de BH, o Concórdia não é apenas um bairro antigo; é um verdadeiro polo de religiões de matriz africana, um símbolo de luta e de preservação de saberes ancestrais. Mas, por que ele carrega esse título?

A História por Trás do Nome

  • Origens humildes: O Concórdia nasceu em 1928, mais de 20 anos após a inauguração de Belo Horizonte.
  • Expulsão e resistência: Surgiu para abrigar pessoas expulsas da região central devido à gentrificação.
  • Um nome que ecoa união: O nome ‘Concórdia’ reflete a concordância dos moradores em se mudar para a região.

O Berço da Religiosidade Afro-Brasileira

O bairro Concórdia se destaca por:

  • Concentrar a maior quantidade de espaços dedicados à preservação da religiosidade afro-brasileira em BH.
  • Ser o ponto de partida de blocos de carnaval que celebram a ancestralidade africana.
  • Acolher terreiros de religiões de matriz africana, como Candomblé e Umbanda, que resgatam os saberes ancestrais do antigo Curral Del Rey.

A dinâmica de desenvolvimento urbano de Belo Horizonte, segundo Cyntia Braúlio (UFMG), desapropriou e expulsou grande parte da população do antigo Curral Del Rey, majoritariamente negra, para as periferias da cidade.

Vivências Ancestrais que Atravessam Gerações

No Concórdia, as tradições se mantêm vivas através das famílias que construíram raízes no bairro. Kelma Gizele da Cruz Conceição, da Guarda São Jorge de Nossa Senhora do Rosário, compartilha a história de seu avô, figura importante na demarcação dos lotes durante o crescimento da região.

Segundo Kelma, o bairro abriga diversas ramificações do Congado e de outras religiões trazidas pelos povos africanos, tornando-o uma grande comunidade negra, um lugar onde a essência da negritude é cultuada com fervor.

Um Quilombo e uma ‘Pequena África’

Isabel Casimira, da Guarda de Congado 13 de maio e do Terreiro de Umbanda 13 de maio, define o Concórdia como um grande quilombo e uma ‘Pequena África’. Sua avó fundou um dos primeiros terreiros do bairro em 1933, que funciona como casa de acolhimento para pessoas em vulnerabilidade.

Para a pesquisadora Cyntia Bráulio, o Concórdia é um símbolo de resistência negra, um lugar onde a cultura africana resiste e floresce.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *