Ataques de Cães na Bahia: O Que Está Acontecendo?
O mês de maio foi marcado por incidentes envolvendo ataques de cães na Bahia, gerando preocupação e debates sobre o comportamento animal e a segurança pública. Vamos entender melhor o que está por trás desses eventos.
Relembrando os Casos:
- São Gabriel: No dia 15, dois pitbulls invadiram uma fazenda, resultando na morte de mais de 35 animais.
- Irecê: Três pessoas ficaram feridas após serem atacadas por um cão da mesma raça.
- Una: Uma idosa foi encontrada morta em casa, com suspeitas de ter sido atacada pelo próprio cão.
Raça Criminosa? O Que Dizem os Especialistas
Diante desses casos, surge a pergunta: existe raça de cachorro mais perigosa? O veterinário comportamental Rafael Ramos, em entrevista ao g1, alerta para análises precipitadas e destaca que a agressividade canina é multifatorial. Segundo ele, diversos fatores podem influenciar o comportamento agressivo de um cão, e não apenas a raça.
“Não se pode afirmar que o cão foi o responsável pela morte da idosa. Ela pode ter passado mal e o cachorro tentou acordá-la com mordidas”, explica Ramos, com 26 anos de experiência.
Fatores que Influenciam a Agressividade:
- Genética: Algumas raças foram selecionadas para caça e proteção.
- Ambiente: Cães criados em ambientes estressantes, sem rotina ou estímulos, podem se tornar agressivos.
Para o especialista, o equilíbrio entre genética e ambiente é crucial.
Como Evitar Comportamentos Agressivos?
Cães que vivem isolados, sem estímulos sensoriais e afetivos, podem desenvolver comportamentos violentos. Ambientes favoráveis à agressividade incluem:
- Falta de socialização com humanos e outros animais.
- Isolamento prolongado.
- Cães presos em canis ou correntes.
- Ambientes caóticos, com gritos e brigas.
- Falta de rotina e estímulos físicos e mentais.
- Ambientes imprevisíveis.
A solução? Evitar o estresse através de:
- Cuidados.
- Rotina estruturada (alimentação, passeio, exercício, descanso).
- Socialização adequada (ideal desde filhote).
Em Caso de Ataque: Saiba Como Agir
O veterinário Rafael Ramos oferece orientações para se proteger em caso de ameaça de ataque:
- Não corra nem faça movimentos bruscos.
- Evite contato visual direto.
- Afaste-se devagar, sem virar as costas.
- Observe a linguagem corporal do cão (pescoço rígido, rosnados, dentes à mostra).
- Use uma barreira física (guarda-chuva, mochila).
Em casos graves, acione o Controle de Zoonoses ou outros órgãos competentes.