Alerta Urgente: A Lição de Preservação Ambiental Que o Mundo Precisa Aprender!
Em um cenário global marcado pela crise climática, onde a ação humana tem impactado profundamente a natureza, surge um farol de esperança e sustentabilidade: o Quilombo Jauary.
Localizado no coração do Pará, no município de Oriximiná, este território coletivo abriga 13 comunidades e ostenta uma das primeiras titulações definitivas de terras quilombolas do Brasil. Mas o que torna o Quilombo Jauary tão especial?
Um Legado de Resistência e Preservação
A história do Quilombo Jauary é personificada por Daniel Souza, um líder comunitário de 67 anos, fundador da CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas). Sua vida é um testemunho de luta pela terra e pela floresta, desde os relatos de seu avô sobre a escravidão até a conquista histórica do título coletivo em 1995.
Refúgios de Vida em Meio à Mudança Climática
Os territórios quilombolas, originalmente criados como refúgios contra a escravidão, continuam a desempenhar um papel crucial na preservação da vida. Eles protegem florestas, culturas e modos de vida sustentáveis, elementos-chave na batalha contra as mudanças climáticas. O Quilombo Jauary, com seus impressionantes 220 mil hectares, é a prova viva disso.
Práticas Sustentáveis Que Inspiram
Nas 13 comunidades do Quilombo Jauary, a sustentabilidade é um modo de vida. Os moradores protegem as nascentes, praticam o roçado rotativo e mantêm uma relação ancestral com a floresta. Uma das práticas mais notáveis é a realização de até seis tipos de roçado no mesmo espaço, sem a necessidade de derrubar grandes áreas de mata. Essa técnica garante a segurança alimentar e o equilíbrio ecológico da região.
A Riqueza da Biodiversidade
Localizado em uma área de floresta densa e rica em biodiversidade, o Quilombo Jauary oferece uma variedade de produtos florestais que sustentam os modos de vida tradicionais. Entre eles, destacam-se:
- Castanha-do-Pará: Abundante em anos de safra.
- Cumaru: Árvore aromática utilizada em cosméticos e óleos.
- Breu: Resina utilizada para calafetar barcos e na medicina tradicional.
- Seringueira: Fonte de látex natural, ainda explorada artesanalmente.
Com a prática de cinco a seis tipos de roçado em áreas rotativas, os comunitários de Jauary são reconhecidos como verdadeiros guardiões da biodiversidade. A proteção das nascentes e o manejo tradicional da terra são parte integrante do cotidiano nessas comunidades.
Ameaças Constantes e Resistência Incansável
Infelizmente, a cobiça por essas riquezas naturais coloca os quilombolas sob constante pressão. O território enfrenta há décadas:
- Tentativas de implantação de projetos de hidrelétricas.
- Invasões de garimpeiros.
- Perseguições e ameaças a lideranças.
Apesar de todas as adversidades, o povo do Quilombo Jauary resiste. Daniel Souza expressa a preocupação com as constantes perseguições e invasões, mas reafirma o compromisso de continuar defendendo a floresta, inspirados pelos ensinamentos dos indígenas.
Um Chamado à Justiça Climática
O Quilombo Jauary é um exemplo concreto de que as comunidades tradicionais são guardiãs do meio ambiente e devem estar no centro do debate sobre justiça climática. Ao proteger seus territórios, os quilombolas oferecem soluções reais e enraizadas para a crise ambiental que assola o planeta.
Garantir a segurança dessas terras não é apenas um ato de reparação histórica, mas também uma estratégia de sobrevivência coletiva frente ao colapso climático. É hora de reconhecer e valorizar o papel fundamental das comunidades quilombolas na preservação do nosso planeta!
CONAQ: A Voz dos Quilombolas
A CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) é um movimento social que atua no reconhecimento legal dos direitos das comunidades quilombolas e na promoção de políticas que garantam esses direitos. Fundada em 1996, a CONAQ tem desempenhado um papel fundamental na luta pela valorização da história de resistência dos quilombos e na conquista de políticas públicas.
Segundo dados do Censo 2022 do IBGE, a população quilombola no Brasil é de 1.327.802 pessoas, distribuídas em 1.696 municípios. Os quilombolas foram reconhecidos como integrantes dos povos e comunidades tradicionais do país pela Constituição de 1988.