A Tragédia que Revela as Divisões em Israel: Uma Família Destroçada por Mísseis Iranianos!
Em meio ao conflito entre Irã e Israel, uma história de dor e revolta emerge. Kasem Abu al-Hija, um homem de 67 anos, expressa sua profunda raiva após perder quatro membros de sua família em um ataque devastador.
No último sábado, um míssil iraniano atingiu a residência da família, localizada no norte de Israel, transformando-a em escombros. Testemunhas relatam cenas horripilantes, com livros, roupas e fragmentos de corpos espalhados pela rua.
As vítimas foram identificadas como Manar Khatib, filha de Kasem, de 45 anos, suas netas Shada (20 anos) e Hala (13 anos), e sua tia, Manal Khatib (41 anos). A família havia buscado refúgio nos cômodos seguros da casa, mas a força do impacto foi implacável.
A Celebração da Tragédia e a Indignação
O luto da família foi agravado por um vídeo que surgiu online, mostrando israelenses celebrando o ataque com cânticos antiárabes. A atitude foi duramente criticada, inclusive pelo presidente israelense, Isaac Herzog, que a classificou como “terrível e vergonhosa”.
A Falta de Abrigos e a Desigualdade
A tragédia expôs uma dura realidade: a falta de abrigos antibombas em comunidades árabes em Israel. Tamra, cidade onde a família vivia, não possui abrigos públicos para seus 38 mil habitantes, contrastando com a vizinha Karmiel, que oferece 126 abrigos para 55 mil moradores.
Essa disparidade tem sido uma preocupação constante para os moradores de Tamra, que se sentem vulneráveis aos ataques de grupos como o Hezbollah, apoiado pelo Irã.
Dados Alarmantes
- Em Israel, cerca de 25% da população não tem acesso a abrigos adequados.
- Em comunidades não judaicas, esse número chega a quase 50%.
Lital Piller, do instituto de pesquisa Israel Democracy, destaca que as autoridades locais árabes recebem menos recursos para preparação para emergências, resultando em abrigos escassos, mal conservados e inadequados.
A Discriminação e a Busca por Igualdade
Os árabes israelenses, que representam um quinto da população, reclamam da discriminação e do tratamento como cidadãos de segunda classe, apesar de terem direitos iguais perante a lei.
Após a Guerra do Golfo, o governo israelense determinou a construção de cômodos seguros (Mamad) em novos edifícios residenciais. No entanto, restrições de planejamento dificultam a construção desses cômodos em comunidades árabes.
A Busca por Soluções
Ilan Amit, do Centro Árabe Judaico para Empoderamento, Igualdade e Cooperação (Ajeec), enfatiza a necessidade de construir mais abrigos em comunidades árabes, onde a maioria dos moradores precisa compartilhar espaços seguros com vizinhos.
O Medo e a Revolta
Em Tamra, o medo é palpável. Sirenes soam constantemente, e os moradores revivem o trauma do ataque. A falta de recursos e a discriminação geram revolta e frustração.
A Pobreza e a Falta de Oportunidades
A situação é agravada pela pobreza. Em 2023, 42,4% da população árabe em Israel vivia abaixo da linha da pobreza, mais que o dobro da média nacional.
Os Cortes no Financiamento
Em 2021, o governo israelense lançou um plano de desenvolvimento para a sociedade árabe, mas a atual coalizão governamental reduziu o financiamento, redirecionando recursos para outras áreas.
A guerra em Gaza também impactou o orçamento, prejudicando os programas de apoio às comunidades árabes.
Um Apelo por Paz e Igualdade
Diante da tragédia, Kasem Abu al-Hija faz um apelo urgente: “As bombas não escolhem entre árabes ou judeus. Precisamos acabar com essa guerra. Precisamos acabar com ela agora.”
A história de Kasem e sua família é um doloroso lembrete das divisões em Israel e da necessidade de buscar a paz, a igualdade e a justiça para todos.