A Incrível Jornada de uma Indígena Lésbica em Busca de Visibilidade e Aceitação! 😱
Já ouviu a frase: “Não basta ser índia, ainda tem que ser sapatão?” Essa é uma das muitas barreiras que Jéssica Yakecan Potyguara, de 27 anos, enfrenta diariamente. Membro da aldeia São José, em Crateús (CE), Yakecan personifica a luta contra o preconceito em múltiplas esferas.
Desafios Triplos: Uma Realidade Complexa
Yakecan compartilha que o preconceito a atinge de diversas formas:
- Ser indígena no Nordeste: Desmistificando a ideia de que não existem mais povos originários na região.
- Ser mulher: Lutando para ter sua voz ouvida em movimentos sociais.
- Ser lésbica: Reconstruindo sua credibilidade após assumir sua identidade.
Após se assumir, Yakecan sentiu-se apagada, enfrentando inúmeras dificuldades. A aceitação familiar foi um dos primeiros obstáculos, mas a determinação falou mais alto.
A Perda e o Resgate da Voz
Filha de pajé e herdeira de um legado de liderança, Yakecan precisou se afastar do ativismo devido ao preconceito dentro de sua própria comunidade. Sua voz foi silenciada nos debates, uma dolorosa consequência de sua identidade.
Paradoxalmente, nos grupos LGBTs, enfrentou exclusão por ser indígena. Mas, ao buscar outros LGBTs em sua aldeia, descobriu uma realidade surpreendente: eles existiam, mas permaneciam invisíveis.
O Coletivo que Transforma Vidas
Em 2019, Yakecan fundou um coletivo de indígenas LGBTs, atuante em todo o estado. Juntos, eles viajam por aldeias no Brasil, levando conscientização e apoio a quem enfrenta desafios similares. No entanto, essa jornada é árdua e perigosa. Muitas comunidades não são receptivas, resultando em expulsões e até ameaças de morte.
A Influência da Religião e a Busca por Diálogo
Segundo Yakecan, a religiosidade cristã dentro das aldeias alimenta a rejeição. A crença de que “o certo é casar a mulher com o homem” perpetua a violência e a falta de aceitação.
A estratégia de Yakecan é abordar as lideranças com calma e buscar o diálogo, ciente dos riscos envolvidos.
Um Futuro de Orgulho e Reconciliação
Atualmente, Yakecan leciona na primeira escola indígena de Crateús e reconquistou o apoio da comunidade. As lideranças e os mais velhos a admiram e se orgulham de quem ela é.
Palavras-chave: Indígena, LGBT, preconceito, ativismo, aceitação, diversidade, Crateús, Brasil.