Tragédia em Marizópolis: Feminicídio choca o Sertão Paraibano!

A pequena cidade de Marizópolis, no coração do Sertão da Paraíba, foi palco de uma tragédia que deixou a comunidade em luto. No dia 6 de maio, Francisca Carla Veríssimo Ramalho, enquanto trabalhava, teve sua vida brutalmente interrompida. Sua mãe, Maria Mendonça da Silva, descreve a cena com dor: “Minha filha não teve a menor chance de se defender”.

Além de Carla, Adriano Pereira Alves, o proprietário do estabelecimento onde ela trabalhava, também foi vítima fatal do ataque a tiros. Uma dor que se estende a duas famílias.

O relato da mãe:

As palavras de Maria Mendonça ecoam a dor de uma mãe que perdeu sua filha de forma tão trágica: “Minha filha não teve tempo sequer de se levantar da cadeira onde brincava com as crianças. É um milagre que aquelas crianças tenham sobrevivido”.

Denúncia do Ministério Público

Na última sexta-feira, o sargento da Polícia Militar José Almi Pinheiro foi formalmente denunciado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) pelas mortes de Carla e Adriano. A investigação aponta para um relacionamento prévio entre o sargento e Carla, que havia terminado cerca de dois meses antes do crime.

A Defesa do Sargento

Em nota, a defesa do Sargento José Almi Pinheiro classificou o caso como “um episódio isolado e profundamente lamentável”, ressaltando que as circunstâncias ainda serão esclarecidas durante o processo judicial. A defesa confia que a verdade será demonstrada com base em provas técnicas.

Detalhes da Denúncia

A denúncia revela detalhes chocantes: Carla estava na calçada com três crianças quando o sargento chegou, com os faróis do carro apagados. Ele desceu do veículo e disparou quatro vezes contra ela, mesmo quando já estava caída. Em seguida, trocou de arma e efetuou dez disparos contra Adriano, que tentava se proteger no banheiro.

Câmeras de segurança registraram a barbárie, e novas imagens foram divulgadas recentemente.

Relacionamento Abusivo

Em entrevista à TV Paraíba, a mãe e o irmão de Carla revelaram que ela sofria com ciúmes e agressões físicas por parte de José Almi Pinheiro. Maria Mendonça relata um episódio em que percebeu um hematoma no rosto da filha, que confessou ter sido agredida com um soco.

Mesmo após o término, Carla continuava a receber ligações e mensagens ameaçadoras do ex-marido. Infelizmente, ela não chegou a denunciá-lo.

O Sonho Interrompido

Carla trabalhava no estabelecimento há cerca de 15 dias, sonhando em juntar dinheiro para comprar uma moto. Naquela noite fatídica, enquanto jogava dominó com crianças, sua vida foi interrompida de forma brutal.

A Busca por Justiça

Os laudos confirmaram que os disparos foram efetuados à curta distância. As armas utilizadas no crime foram apreendidas com o sargento, e a perícia comprovou que os projéteis encontrados nas vítimas partiram delas.

O Ministério Público acusa o policial de agir por vingança e ciúmes, denunciando-o por feminicídio com agravantes e homicídio triplamente qualificado.

A Fuga e a Prisão

Após o crime, José Almi fugiu para o Ceará, entregando-se na cidade de Iguatu, onde foi preso em flagrante, ainda portando as armas do crime.

A Dor da Família

Francisco Veríssimo da Silva, irmão de Carla, foi o primeiro familiar a chegar ao local do crime. Ele relata o desespero da mãe ao ouvir os tiros e ligar para ele. Francisco questiona: “Que amor é esse? Isso não é amor!”.

A dor da perda é constante, e o luto mudou sua vida para sempre: “Não consigo dormir. Trabalho sem entender o que está acontecendo. É uma barbaridade”.

O Advogado Busca Pena Máxima

Abdon Lopes, advogado das famílias das vítimas, afirma que a motivação do crime está ligada ao fim do relacionamento. Ele busca a pena máxima para o acusado, enfatizando a crueldade e o motivo torpe do crime.

O Processo

O processo judicial tramita na 1ª Vara Mista da Comarca de Sousa. O Ministério Público solicitou a manutenção da prisão preventiva e o encaminhamento da denúncia à Corregedoria da Polícia Militar da Paraíba.

Os Crimes

O sargento foi denunciado pelos seguintes crimes:

  • Feminicídio (Art. 121-A do Código Penal), com agravantes de meio cruel, surpresa e violência doméstica.
  • Homicídio triplamente qualificado (Art. 121, §2º, incisos I, III e IV do Código Penal), por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa.

O caso será julgado pelo Tribunal do Júri.

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