Diadema no Centro da Polêmica: Prefeitura Adquire Drone de R$365 Mil para Dispersar Baile Funk com Gás Lacrimogêneo!

A cidade de Diadema, localizada na Grande São Paulo, está no epicentro de uma grande controvérsia. O motivo? A aquisição, sem licitação, de um drone no valor de R$ 365 mil pela prefeitura local. O objetivo declarado do equipamento é dispersar bailes funks através do uso de gás lacrimogêneo.

Essa compra polêmica, revelada com exclusividade pelo G1, faz parte de um programa denominado “tolerância zero com os pancadões”, implementado pela gestão do prefeito Taka Yamauchi (MDB).

Ministério Público Entra em Cena

Diante da repercussão negativa, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) decidiu abrir uma investigação sobre o caso. A iniciativa partiu do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, após receber um pedido formal da deputada federal Érika Hilton (PSOL) e da vereadora Amanda Paschoal (PSOL).

As parlamentares questionam a legalidade da compra, argumentando que a ausência de licitação pode configurar improbidade administrativa por parte da gestão municipal.

Alegações da Prefeitura

Em sua defesa, a Prefeitura de Diadema alega que a licitação não foi realizada devido ao fato de que apenas uma empresa no Brasil oferece o equipamento com a tecnologia desejada.

Até o momento, a gestão do prefeito Taka não se manifestou sobre a abertura da investigação pelo MP-SP. O G1 procurou a prefeitura para obter um posicionamento, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

O Que Está em Jogo?

A aquisição do drone e a justificativa apresentada pela prefeitura levantam uma série de questionamentos:

  • Legalidade: A compra sem licitação fere os princípios da administração pública?
  • Proporcionalidade: O uso de gás lacrimogêneo em bailes funks é uma medida adequada e proporcional?
  • Direitos: A ação da prefeitura não viola o direito à cidade, à cultura e à integridade física dos jovens?

Repercussão Política

A polêmica em torno do drone reacendeu o debate sobre a política de “tolerância zero” da Prefeitura de Diadema em relação aos bailes funks. A oposição critica a medida, alegando que ela criminaliza a juventude periférica e o funk, manifestação cultural legítima.

A vereadora Patrícia Ferreira (PT) comparou a situação com o “Massacre de Paraisópolis”, em 2019, quando nove jovens morreram durante uma ação policial em um baile funk na capital paulista.

A gestão do prefeito Taka, por sua vez, defende a medida como uma forma de garantir a segurança da população e combater atividades ilícitas associadas aos bailes funks, como o consumo de drogas e a venda de produtos piratas.

O Que Diz a Prefeitura Sobre o Uso do Drone?

Em nota divulgada anteriormente, a Prefeitura de Diadema afirmou que o drone será utilizado para:

  • Obter uma visão estratégica aérea das aglomerações.
  • Planejar ações de forma segura e eficaz.
  • Reduzir os riscos para os agentes de segurança e para a população.
  • Lançar armamentos não letais, como gás lacrimogêneo, de forma precisa.

Histórico de Confrontos

A tensão entre a Prefeitura de Diadema e parte da população da periferia não é recente. No passado, a cidade já utilizou um caminhão apelidado de “Tempestade” para dispersar multidões com jatos d’água.

A gestão atual também tem realizado operações constantes para combater os bailes funks, resultando em confrontos entre a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e os participantes.

Em junho, a prefeitura chegou a demolir comércios na comunidade do Pombal, sob a alegação de que eles davam suporte aos bailes funks e acobertavam atividades ilegais.

Futuro Incerto

A investigação do Ministério Público e a crescente polêmica em torno do drone lançam dúvidas sobre o futuro da política de “tolerância zero” da Prefeitura de Diadema. Resta saber se a gestão do prefeito Taka irá rever sua estratégia ou se manterá firme em sua determinação de combater os bailes funks a qualquer custo.

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