Chacina na Amazônia: O que está por trás da tragédia no garimpo?
Uma cena de horror chocou a Amazônia: **oito garimpeiros foram brutalmente assassinados** na fronteira entre Laranjal do Jari (AP) e Almeirim (PA). Mas o que levou a essa tragédia?
Um território sem lei
A região onde o crime ocorreu é conhecida por ser:
* **Isolada:** Dificultando o acesso e a fiscalização.
* **Disputada:** Grupos armados lutam pelo controle do território.
* **Marcada pela ilegalidade:** Garimpos ilegais proliferam na ausência do Estado.
A combinação desses fatores transforma a área em um verdadeiro faroeste, onde a lei do mais forte prevalece.
A riqueza que atrai a violência
O rio Jari, que corta a região, esconde um tesouro: **jazidas de ouro** que atraem garimpeiros de todos os cantos. No entanto, essa riqueza também é a raiz de muitos conflitos.
Mesmo com áreas de proteção ambiental, como a Estação Ecológica do Jari e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, a exploração ilegal persiste. A Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), com seus 4 milhões de hectares, também desperta a cobiça de muitos.
A dificuldade de acesso
Chegar ao local do crime não foi tarefa fácil. A equipe do Grupo Tático Aéreo do Amapá (GTA) precisou usar um helicóptero, já que o acesso por terra é quase impossível e o transporte fluvial depende das condições do rio.
O que aconteceu com as vítimas?
Um grupo de nove garimpeiros foi atacado enquanto negociava terras. Oito morreram e um sobreviveu. A polícia trabalha com a hipótese de que eles foram confundidos com assaltantes que atuavam na região.
Os corpos foram encontrados em diferentes pontos da mata e do rio Jari. Duas caminhonetes usadas pelo grupo foram incendiadas.
Quem são as vítimas?
As vítimas foram identificadas como:
- Antônio Paulo da Silva Santos, conhecido como “Toninho” – 61 anos, natural de Cedro – MA.
- Dhony Dalton Clotilde Neres, conhecido como “Bofinho” – 35 anos, natural de Itaituba – PA. Era garimpeiro e praticava a atividade legalmente no município de Calçoene;
- Elison Pereira de Aquino, conhecido como “Dinho” – 23 anos, natural de Laranjal do Jari – AP, atuava com transporte de combustível para o garimpo. Vítima deixou a esposa grávida. Corpo foi velado e sepultado no sul do Amapá;
- Gustavo Gomes Pereira, conhecido como “Gustavinho” – 30 anos, natural de Ourilândia do Norte – PA. Segundo informações, morava em um condomínio em Macapá, era casado e pai de um bebê de 1 ano. Ele estaria no local como visitante e não possuía vínculo com atividades no garimpo;
- Janio Carvalho de Castro, conhecido como “Jane”, natural de Bom Jesus do Tocantins – PA. Era garimpeiro e praticava a atividade legalmente no município de Calçoene;
- José Nilson de Moura, conhecido como “Zé doido” – 38 anos, natural de Lagoa da Pedra – MA;
- Luciclei Caldas Duarte, conhecido como “Tripa” – 39 anos, natural de Laranjal do Jari – AP. Era piloto da voadeira utilizada pelo grupo;
- Paulo Felipe Galvão Dias, 30 anos, natural de Capitão Poço – PA.
A polícia segue investigando o caso, que corre em sigilo. Suspeitos já foram identificados, mas ainda não houve prisões.
**A chacina na Amazônia expõe a fragilidade da região, a ganância pela riqueza e a urgência de uma ação do Estado para garantir a segurança e a justiça.**