Tragédia em SC: Mãe Receberá Indenização Milionária Após Perder Filho em Explosão!
A dor da perda de um filho é inimaginável, e quando essa perda ocorre de forma trágica em um acidente de trabalho, a justiça se torna um farol de esperança. Em Santa Catarina, a Justiça do Trabalho determinou que a gigante JBS/Seara pague uma indenização de R$ 500 mil à mãe de Bruno Corrêa, um jovem de 22 anos que perdeu a vida em uma explosão devastadora na fábrica da empresa em Xanxerê.
O acidente, ocorrido em 2022, deixou marcas profundas na vida de Adinai Pasini, técnica de enfermagem que recebeu a notícia do acidente enquanto trabalhava no hospital para onde o filho foi levado. Três anos se passaram, mas a memória daquele dia continua viva em sua mente.
“Eu ainda não aprendi a viver sem chorar falando dele… Desde o dia do acidente, eu não voltei a trabalhar lá. Entrei em depressão, ansiedade. Pedi as contas no hospital, não consigo chegar perto”, desabafa Adinai, revelando o impacto devastador da tragédia em sua vida.
Um Cordão de Proteção e o Reconhecimento em Meio ao Caos
Bruno sofreu queimaduras por todo o corpo e foi encontrado desacordado por sua mãe em uma das salas do hospital. Em meio ao caos, Adinai reconheceu o filho por um detalhe comovente: um cordão que ela havia comprado para ele em uma viagem, um amuleto de proteção.
“Eu só reconheci meu filho porque ele tinha um cordão no pescoço, um cordão que eu comprei para ele na minha viagem. Eu comprei para ele com uma pedra para dar proteção”, relembra a mãe, emocionada.
JBS se Pronuncia e a Busca por Justiça Continua
A JBS se manifestou, afirmando que “prestou todo apoio às famílias, incluindo suporte financeiro, e cumpre rigorosamente as normas de segurança em suas unidades de negócio”. No entanto, a empresa não informou se pretende recorrer da decisão, que ainda cabe recurso.
Santa Catarina: Um Alerta Sobre Acidentes de Trabalho
A tragédia que vitimou Bruno Corrêa não é um caso isolado. A explosão também causou a morte de Leandro Jorge Vargas, elevando as estatísticas de acidentes de trabalho em Santa Catarina, que ocupa o quinto lugar no ranking nacional. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), foram registradas mais de 55 mil ocorrências entre 2022 e 2023.
A irmã de Bruno também será indenizada em R$ 300 mil por danos morais, em uma decisão que ressalta a negligência da empresa ao permitir que trabalhadores realizassem tarefas de alto risco sem supervisão e equipamentos adequados.
Rafael Medeiros, advogado da família, destaca que os valores da indenização estão entre os maiores já fixados no Brasil em casos de acidente de trabalho, onde as indenizações geralmente giram em torno de R$ 50 mil.
Justiça Aponta Negligência Grave
O juiz do trabalho Ozeas de Castro concluiu que a empresa violou o dever de cautela e foi responsável pelo acidente. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) citou o relatório de um auditor-fiscal do trabalho, que apontou a ausência de equipamentos adequados, supervisão efetiva e técnico de segurança em jornada integral.
Apesar de a empresa alegar que orientou os trabalhadores a usar outro método, a Justiça ressaltou que o dever vai além da orientação, abrangendo a fiscalização e a garantia do cumprimento das normas de segurança.
“Permitir que trabalhadores, mesmo que experientes, executem tarefas de altíssimo risco sem supervisão direta e com equipamentos inadequados disponíveis configura negligência grave”, enfatizou o órgão na sentença.
O que podemos aprender com essa tragédia?
- A segurança no trabalho é inegociável: Empresas devem priorizar a segurança de seus funcionários, fornecendo equipamentos adequados, supervisão constante e treinamento adequado.
- A negligência tem um preço alto: A falta de cuidado com a segurança pode resultar em tragédias irreparáveis e pesadas sanções para as empresas.
- A justiça pode trazer algum conforto: Embora a perda de um ente querido seja insubstituível, a indenização pode ajudar a família a reconstruir sua vida e buscar um futuro melhor.