Alerta no Paraná: Geada Devasta Lavoura de Camomila e Ameaça Preços!
Produtores de camomila em Mandirituba, região metropolitana de Curitiba, enfrentam um cenário preocupante. As recentes geadas no Paraná causaram prejuízos significativos, impactando diretamente a produção da flor, que representa cerca de 30% do total no estado. De acordo com o Departamento de Economia Rural, a região cultiva mais de 300 toneladas anuais, gerando um faturamento bruto de aproximadamente R$ 5 milhões para a cidade.
Impacto das Geadas: Perdas e Consequências
Segundo Joel da Cruz, técnico agrícola do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), os agricultores que realizaram o plantio antes do final de maio ou início de junho foram os mais afetados pelas baixas temperaturas. A situação é crítica, com estimativas de perda de até 30% da produção.
“A estimativa é de 30% de perda. O pessoal que não conseguiu fazer a colheita, teve que colher como ‘mista’ que eles chamam. Cai a qualidade e o preço”, explica o técnico.
O Que São as ‘Mistas’?
Após as primeiras colheitas, que alcançam preços mais elevados, os produtores colhem o restante da planta, incluindo o caule e o que sobrou das flores. Esse material, conhecido como ‘mistas’, é triturado e vendido por um valor inferior.
Preço da Camomila Vai Disparar?
A camomila é utilizada na produção de chás, essências e produtos farmacêuticos, podendo ser armazenada por até um ano. Com a redução na produção, a tendência é que o preço do produto final sofra um aumento.
“Por enquanto o preço está parado, não teve reação. São poucos os produtores que colhem e vendem, a maioria armazena para ter durante o ano. Mas, daqui uns dias vai ter elevação do preço com certeza”, prevê Joel, técnico do IDR/PR.
Reconhecimento Nacional
Apesar dos desafios, a camomila de Mandirituba é reconhecida pela sua qualidade, tanto que a cidade recebeu, no ano passado, o registro de indicação geográfica pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Esse selo é um reconhecimento ao trabalho de cinquenta famílias que mantêm a tradição na cidade, em uma área total de 875 hectares. As geadas representam um obstáculo para essa produção de excelência, mas os produtores locais buscam alternativas para minimizar os impactos e garantir a qualidade da camomila paranaense.