Alerta na Amazônia: Cheia do Rio Madeira Interdita Rodovia Crucial!
A força da natureza paralisou o tráfego em uma das vias mais importantes do Amazonas. Devido à elevação drástica do nível do Rio Madeira, a principal rodovia da região tornou-se praticamente intransitável, impactando diretamente a vida de milhares de pessoas.
A BR-230, mais conhecida como Transamazônica, é a única ligação terrestre para as cidades de Humaitá e Apuí, localizadas no sul do estado. Com a invasão das águas, um trecho de aproximadamente 20 km da rodovia desapareceu sob as águas do rio.
A Odisseia dos Viajantes: Uma Jornada Aquática Inesperada
Para seguir viagem, os passageiros enfrentam uma verdadeira aventura. Veja como funciona:
- Primeiro Ato: Desembarque dos ônibus em um ponto da rodovia ainda acessível.
- Segundo Ato: Travessia em canoas precárias por um trecho alagado da floresta.
- Terceiro Ato: Reembarque em outra embarcação para finalmente cruzar o Rio Madeira.
Essa saga aquática pode levar até 3 horas de espera, e a superlotação das canoas é uma constante. O preço dessa travessia? Salgados R$ 100 por passageiro, por um percurso de 1h30 em meio à mata inundada.
Soluções Paliativas e Impactos no Comércio Local
Em resposta à crise, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) disponibilizou balsas para o transporte de caminhões e carretas. No entanto, a rota que antes era percorrida em 12 horas por terra, agora se estende por até quatro dias de navegação!
O resultado? O comércio de Apuí e Manicoré já sente o peso da situação. O aumento dos preços, principalmente do gás de cozinha, é inevitável, refletindo o encarecimento do frete.
“O gás que estava a R$ 120, por exemplo, foi passando de R$ 150, subiu em torno de R$ 25 a R$ 30 por botijão de gás. Não é que eles estão aproveitando o momento, é o frete que está caro”, relata o comerciante Gildásio da Silva Filho.
A Espera pela Trégua das Águas
O DNIT aguarda a baixa do nível do rio para iniciar os trabalhos de recuperação da rodovia. Enquanto isso, a população local clama por um planejamento mais eficiente para lidar com os períodos de cheia, que são uma realidade sazonal na região.
“Eu espero que, para os próximos anos, a gente possa ter um planejamento melhor em relação a esse período seco e período chuvoso aqui na região amazônica, que é sazonal, para que possa ser feito um planejamento mais humanizado”, pondera Juliane Quirino, meteorologista e coordenadora do Centro de Monitoramento de Clima e Tempo da Universidade Federal do Amazonas – Campus Humaitá.
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