Escolas em Alerta: Como Lidar com Crises de Agressividade em Alunos Autistas?

O número de alunos com autismo em escolas regulares no Brasil teve um aumento impressionante, mais que dobrando entre 2022 e 2024, atingindo a marca de 884,4 mil. Essa inclusão, embora seja um avanço importante, traz consigo desafios que precisam ser enfrentados para garantir um ambiente escolar seguro e acolhedor para todos.

A inclusão vai além de apenas colocar um aluno autista em sala de aula. As escolas precisam adaptar currículos, espaços físicos e métodos de avaliação, além de oferecer suporte e formação adequados aos professores. Infelizmente, muitas instituições ainda não estão preparadas para lidar com crises de agressividade que alguns alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem apresentar.

O que Acontece Quando a Escola Não Está Preparada?

A falta de preparo pode levar a situações de risco:

  • Falta de Intervenção: O aluno pode se machucar gravemente.
  • Uso de Força Física: Pode machucar e desestabilizar ainda mais o aluno.

Essa insegurança afeta a todos: pais de alunos autistas temem pela segurança de seus filhos, familiares de outros alunos podem se mostrar resistentes à inclusão, e professores trabalham sob estresse constante.

A Urgência na Preparação da Comunidade Escolar

Especialistas enfatizam a importância de preparar a comunidade escolar para agir de forma correta e no momento certo, prevenindo o início de crises. Meca Andrade, psicóloga renomada, destaca que o modelo de segregação já foi superado, mas a inclusão exige novas habilidades e estratégias.

Relatos Alarmantes: A Realidade nas Escolas

Alcinda Castor, professora e mãe de um jovem autista, compartilha sua experiência: “Quando ele era menor, precisava de até 3 adultos para contê-lo na escola. Ninguém recebeu preparo para lidar com isso.” Ela própria, como professora, nunca recebeu a capacitação necessária.

O Que Você Vai Descobrir Nesta Reportagem?

  • A conduta mais indicada diante de crises.
  • Atitudes que evitam o agravamento de episódios.
  • A importância da união entre família e escola.
  • A formação necessária para professores e funcionários.

Entendendo o Autismo: Um Espectro Amplo

É fundamental lembrar que o autismo se manifesta de diversas formas. O espectro é amplo, desde crianças independentes que sofrem em ambientes barulhentos até aquelas que não desenvolveram a fala e precisam de mais suporte. Os episódios de agressividade variam em frequência e intensidade, e podem ser desencadeados por diferentes fatores.

Importante: É crucial combater o estigma de que autistas são agressivos. Entrar em crise não significa ser insensível ou incapaz de amar.

A Posição do MEC

O Ministério da Educação (MEC) afirma que seus cursos de formação focam em questões pedagógicas e estudos de caso individuais, buscando eliminar as barreiras escolares que contribuem para as crises.

A Postura Correta: O Que NÃO Fazer

Casos recentes mostram abordagens inadequadas, como professoras sentando em alunos para imobilizá-los ou aplicando rasteiras. Essas atitudes são perigosas e podem configurar agressão.

No Brasil, não existe regulamentação sobre técnicas de contenção em escolas.

Estratégias para Evitar Crises: A Ampulheta da Intervenção

Quanto antes a intervenção, maiores as chances de evitar uma crise. Especialistas recomendam:

  • Desaceleração: Acalmar a pessoa antes que a crise piore, reduzindo estímulos e usando um tom de voz calmo.
  • Evasão: Técnicas físicas não agressivas para evitar ferimentos, como posicionar-se fora do alcance e guiar verbalmente o aluno.

A Chave para a Prevenção: União entre Família e Escola

A comunicação é essencial. Recursos de comunicação assistiva podem ajudar alunos não verbais a expressar seus sentimentos. Ter acesso ao histórico do aluno e manter um diálogo constante com a família são passos cruciais.

Formação Adequada: O Caminho para a Inclusão

Cursos de capacitação para profissionais da escola são fundamentais para que saibam agir no início das crises. Políticas públicas que incentivem a formação em análise de comportamento também são importantes.

Lembre-se: o foco deve ser sempre na prevenção, garantindo a segurança e o bem-estar de todos os alunos.

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