🚨Alerta em Vitória da Conquista: Bebê Morre e Hospital é Acusado de Negligência!🚨

Uma investigação está em curso na Câmara Municipal de Vitória da Conquista para apurar sérias denúncias de negligência contra o Hospital Municipal Esaú Matos. A situação veio à tona após relatos de problemas e, principalmente, a trágica morte de um recém-nascido.

O Que Está Acontecendo?

A Comissão de Direitos das Mulheres está cobrando explicações urgentes da unidade de saúde e exigindo providências imediatas para garantir um atendimento digno à população.

A vereadora Márcia Viviane, presidente da comissão, destacou que o caso da morte do recém-nascido, ocorrida há um mês, é o mais alarmante entre as denúncias recebidas. O pequeno John Henrique nasceu com vida, mas seu óbito foi atestado no mesmo dia, configurando uma morte neonatal precoce.

“Recebemos inúmeras queixas sobre desassistência, demora no atendimento e prolongamento do parto”, declarou Márcia Viviane à TV Sudoeste. “Levamos todas essas denúncias à direção da fundação de saúde”.

O Drama da Família

Vinte dias após a perda, a família do bebê ainda busca forças para superar a dor. “Tentamos não nos conformar, mas sabemos que nada o trará de volta”, lamenta Caroline Rodrigues, mãe de John Henrique. “Assim como outras mães que perderam seus filhos, não conseguimos dormir, pensando que tudo poderia ter sido evitado”.

A família acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e entrou com uma ação judicial contra o hospital. “Houve vários erros que, infelizmente, resultaram na morte de crianças e até de mães. Essa situação precisa ser resolvida”, desabafa Aparecido da Silva, pai do bebê.

Investigação e Obstáculos

A advogada da família, Virna Beatriz, enfrenta dificuldades para obter o prontuário do bebê, essencial para o andamento do caso. “O hospital se recusa a fornecer o documento, alegando um prazo de 90 dias. No entanto, esse prontuário é crucial para a tipificação do crime”, afirma Virna.

A delegacia local também investiga o caso, mas detalhes sobre a apuração ainda não foram divulgados.

A Defesa do Hospital

Em nota, o hospital reforçou o prazo de 90 dias para a entrega do prontuário e informou que uma investigação interna está em andamento.

A diretora do hospital, Seres Almeida, explicou à TV Sudoeste que o comitê de investigação de óbitos e uma comissão interna estão analisando o caso para apresentar um relatório final.

Seres Almeida também ressaltou que a unidade enfrenta superlotação diária devido à alta demanda na região, sobrecarregando todos os profissionais.

“Recebemos vans com até dez gestantes para serem atendidas, pois somos o único hospital da região. Não conseguimos dar conta com tanta demanda e poucos recursos. Quem conhece a realidade de uma maternidade como o Esaú sabe que um parto no banheiro pode acontecer”, completou.

A diretora pediu a compreensão da população e destacou a importância de reconhecer o trabalho do hospital, que enfrenta uma mobilização negativa.

Relembre o Caso John Henrique

Os pais relatam que houve demora na realização da cesariana, prolongando o trabalho de parto da mãe por quase dois dias. John Henrique nasceu no dia 22 de março, foi encaminhado à UTI neonatal e faleceu no mesmo dia.

O atestado de óbito aponta quatro causas relacionadas ao atraso no nascimento:

  • Choque séptico
  • Hemorragia pulmonar
  • Hipertensão pulmonar
  • Síndrome de aspiração de mecônio

Especialistas explicam que a síndrome de aspiração de mecônio ocorre quando o bebê inala fezes no líquido amniótico, causando estresse e os demais problemas.

A Posição da Fundação de Saúde

A Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista lamentou a morte do bebê e destacou que a cesariana, embora necessária em alguns casos, é um procedimento cirúrgico com riscos e só é realizada quando há indicação real. A nota completa da fundação pode ser lida abaixo.

Nota do Hospital Municipal Esaú Matos

“A Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista lamenta profundamente o falecimento do recém-nascido ocorrido no último sábado, 22 de março, no Hospital Municipal Esaú Matos. Manifestamos nossa solidariedade à família e reafirmamos o compromisso em oferecer um atendimento humanizado e de excelência à população.

É importante esclarecer que a paciente deu entrada no hospital na quinta-feira, 20 de março, encaminhada de sua unidade básica de saúde para avaliação de indução do parto.

O procedimento foi iniciado e conduzido de acordo com o protocolo institucional, elaborado e atualizado anualmente com base nas evidências científicas mais atuais.

Durante todo o período em que esteve na unidade hospitalar, a paciente recebeu assistência médica integral, sendo acompanhada por uma equipe multiprofissional qualificada.

Como não apresentava sinais de trabalho de parto ativo, foi adotada a indução com o uso de misoprostol, um procedimento seguro, recomendado pelo Ministério da Saúde e aplicado em casos em que não há indicação imediata de cesariana. Essa conduta visa garantir a segurança da mãe e do bebê, seguindo as melhores práticas obstétricas.

Sem evolução satisfatória, a cesariana foi realizada após indicação médica, priorizando a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê. É importante destacar que, embora necessário em algumas situações, trata-se de um procedimento cirúrgico que envolve riscos para ambos e, por isso, só é realizado quando há indicação real. O bebê nasceu necessitando de cuidados intensivos, que foram prestados em sala cirúrgica pelo neonatologista e, em seguida, foi encaminhado à UTI neonatal. No entanto, apesar de toda a assistência prestada, o recém-nascido evoluiu a óbito.

Diante da denúncia sobre o caso, informamos que já foi iniciada uma investigação interna para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a responsabilidade na apuração dos fatos. Assim que a investigação for concluída, todas as informações serão divulgadas de forma clara e responsável.

Ressaltamos que o Hospital Municipal Esaú Matos é referência em atendimento maternoinfantil na região, especialmente no atendimento a gestantes de alto risco, sendo a única maternidade pública de Vitória da Conquista. Por esse motivo, a unidade enfrenta uma demanda elevada, recebendo pacientes de Vitória da Conquista e de diversos municípios da Bahia e do norte de Minas Gerais. Destacamos ainda que o hospital funciona em regime de porta aberta, o que significa que nenhuma gestante em necessidade de cuidados obstétricas ou clínicos é recusada.

Em relação à sobrecarga no atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde já foi informada sobre a necessidade de ampliação das portas de entrada no município, visando à redução da elevada demanda da unidade. Segundo a Secretaria, providências estão sendo tomadas junto ao Governo do Estado nesse sentido, uma vez que grandeparte dos atendimentos são de municípios não pactuados com Vitória da Conquista, sem o devido repasse de recursos para essa assistência”.

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