A Dor Insuportável: Irmã de Guarda Municipal Assassinado Revela Sofrimento e Busca por Recomeço

Parte de mim se foi…“, desabafa Bárbara Cristina de Medeiros Alves, a irmã enlutada do guarda de trânsito Carlos Henrique de Medeiros Alves, brutalmente assassinado aos 45 anos. A perda irreparável a impulsiona a uma transformação radical em sua vida, buscando conforto na proximidade da mãe e forças para enfrentar as datas festivas sem a presença do amado irmão.

Carlos Henrique foi vítima de um ataque covarde em um posto de gasolina em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco. Um adolescente o espancou com pauladas, ceifando sua vida. Três meses antes, o mesmo jovem já havia confrontado o guarda durante uma abordagem.

Uma Vida Dedicada à Segurança Pública

Por 14 anos, Carlos Henrique serviu à Guarda Municipal de Ipojuca com dedicação e profissionalismo. No fatídico dia 2 de julho, em sua folga, foi brutalmente atacado por um adolescente de 17 anos. O agressor, cuja identidade foi preservada em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), desferiu golpes cruéis que o levaram à morte.

Após o ataque, Carlos Henrique foi prontamente socorrido e levado à UPA da cidade. Devido à gravidade de seus ferimentos, foi transferido para o Hospital da Restauração, no Recife, onde lutou bravamente pela vida, mas não resistiu, vindo a falecer na noite de quinta-feira (3).

A Inocência Perdida: Um Servidor Público Nunca Antes Exposto à Violência

Segundo Bárbara, essa foi a primeira vez que Carlos Henrique enfrentou a violência no exercício de sua função. Mesmo após a agressão anterior, o guarda nunca mencionou qualquer ameaça ou receio.

Ele sempre agiu com profissionalismo, seguindo o protocolo: ‘se errou, a gente segura e chama a polícia’. Nunca houve queixas ou relatos de problemas maiores“, relata a irmã.

Um Laço Inabalável: Irmão Presente e Amado

Bárbara descreve a profunda ligação que unia os irmãos. Carlos Henrique era um membro essencial da família, sempre presente e atencioso.

Ele jamais esquecia um aniversário. Fazia questão de celebrar, mesmo que a data caísse em um dia de semana. Era um irmão presente em todos os momentos. No hospital, eu o visitei, orei e o incentivei a lutar. Implorei para que voltasse, pois sem ele, eu não seria nada. Cheguei a dizer que daria tudo o que tenho para vê-lo bem, pois a metade de mim se foi com a sua partida“, desabafa Bárbara, emocionada.

Colegas de Trabalho Lamentam a Perda

Os colegas de profissão de Carlos Henrique o descrevem como um homem íntegro, honesto e exemplar. Apurações revelam que a primeira agressão ocorreu após o guarda flagrar o adolescente pilotando uma moto roubada sem capacete.

O presidente do Sindicato dos Guardas Municipais (Sindguardas) de Ipojuca, Anselmo Ferreira, relata que o jovem havia estacionado a moto em local proibido, em frente à Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes da cidade.

O agente, cumprindo seu dever, abordou o menor, solicitando a documentação. O adolescente se exaltou e, diante da informação de que seria multado e o veículo apreendido, agrediu o guarda, que tentou se defender e conter o agressor“, explica o presidente.

Relembre o Caso

Carlos Henrique de Medeiros Alves foi brutalmente atacado em um posto de gasolina às margens da BR-101. Câmeras de segurança registraram o momento em que o adolescente se aproximou do guarda e o atacou com um pedaço de pau.

A Polícia Civil apreendeu o agressor, que foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para averiguação dos fatos.

A prefeitura de Ipojuca lamentou a morte de Carlos Henrique, destacando seu profissionalismo e dedicação à segurança da população. O servidor foi socorrido e encaminhado ao Hospital da Restauração, mas não resistiu aos ferimentos.

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