Cisjordânia à Beira do Abismo: Colonos Intensificam Expulsão de Palestinos
Em meio à turbulência da guerra em Gaza, um drama silencioso se desenrola na Cisjordânia. A escalada da violência por colonos israelenses, com o que muitos descrevem como apoio governamental, reacende a chama de um conflito que já dura décadas.
Um Encontro Revelador
O líder de um grupo de colonos judeus, Meir Simcha, concedeu uma entrevista em um local emblemático: uma figueira, símbolo de resistência e esperança em meio ao terreno árido ao sul de Hebron. A área, palco de tensões constantes, está sob ocupação israelense desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.
Simcha, ao negar acusações de violência contra palestinos, celebra a partida de muitos agricultores árabes da região. Para ele, os ataques de outubro e a subsequente resposta israelense marcam um ponto de virada, onde os palestinos estariam perdendo a esperança.
A Voz dos Colonos: Uma Terra Destinada?
Simcha declara que os palestinos que deixaram suas terras o fizeram por perceber que Deus destinou a terra aos judeus. Uma visão que ecoa entre muitos colonos, que acreditam estar cumprindo um destino divino.
A Visão da ONU Contrasta
Em contrapartida, especialistas da ONU expressam profunda preocupação com as ações dos colonos. Em um comunicado, denunciam a intimidação, violência, desapropriação de terras e destruição de meios de subsistência, temendo o desalojamento forçado de comunidades palestinas e o prejuízo à sua segurança alimentar.
O Projeto de Assentamentos: Um Olhar no Passado e Presente
- Desde 1967, sucessivos governos israelenses investiram em assentamentos na Cisjordânia.
- Atualmente, cerca de 700 mil judeus israelenses vivem na região, incluindo Jerusalém Oriental.
- A Cisjordânia foi transformada, com assentamentos que se assemelham a pequenas cidades e estradas que dividem o território.
O controle da terra é justificado por Israel como medida de segurança para impedir ataques a judeus. No entanto, agricultores palestinos enfrentam restrições para acessar suas próprias terras.
Um Paralelo com o Passado: Segurança ou Expansão?
No início, os assentamentos eram apresentados como uma questão de segurança nacional. Hoje, líderes religiosos defendem a posse eterna da terra pelos judeus, reacendendo o debate sobre o futuro da região.
A Morte do Processo de Paz
O processo de paz de Oslo, que visava trocar terras por paz, fracassou devido a diversos fatores, incluindo a violência do Hamas e o messianismo crescente entre os sionistas religiosos.
Ministros no Centro da Controvérsia
Ministros como Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, figuras proeminentes do governo atual, são acusados de extremismo e de impulsionar a expansão dos assentamentos.
A Visão de Yehuda Shaul: Limpeza Étnica?
Yehuda Shaul, fundador da organização Breaking the Silence, critica a ocupação e denuncia a violência dos colonos contra os palestinos. Ele argumenta que a linha divisória entre colonos e as Forças de Defesa de Israel (FDI) está cada vez mais tênue.
As Duas Opções de Shaul
- Desalojamento, abuso e destruição da vida palestina, culminando em uma transferência em massa da população.
- Dois Estados, onde Palestina e Israel coexistam em paz, com direitos e dignidade para ambos os povos.
Um Conflito em Encruzilhada
A situação na Cisjordânia é alarmante. A intensificação da violência, a expansão dos assentamentos e a retórica religiosa inflamada ameaçam extinguir qualquer esperança de paz. O mundo observa, enquanto o conflito se agrava e o futuro da região permanece incerto.