De Faxineira a Médica: A História Incrível que Você Precisa Conhecer! 🤯

Prepare-se para se emocionar com a inspiradora trajetória de Lígia Fonseca, uma jovem de 27 anos que acaba de iniciar sua carreira como médica no Hospital de Caridade São Pedro de D’Alcântara, em Goiás. Mas essa história vai muito além de um simples emprego…

Lígia trilhou um caminho de superação e orgulho, calcado nas raízes de sua comunidade quilombola, Alto Santana. Ela se tornou a primeira médica quilombola a atuar na cidade de Goiás, mas o que torna essa conquista ainda mais especial é a história de sua avó, Ione Francisca.

A Força da Ancestralidade: Uma História de Garra e Determinação 💪

  • Ione Francisca: Parteira, benzedeira e figura importante nas folias tradicionais da cidade, Ione trabalhou por mais de uma década no Hospital São Pedro, dedicando-se aos serviços gerais, como lavanderia e limpeza.
  • Reconhecimento e Emoção: Nos corredores do hospital, muitos funcionários reconhecem a trajetória de Ione, emocionando Lígia ao falar sobre a importância de suas raízes.
  • Superando a Desvalorização: “O lugar que eu ocupo hoje não é fácil. Eu me emociono muito em saber que a minha avó trabalhou aqui em um serviço que é mais desvalorizado”, compartilha Lígia.

Ione faleceu em 2018, antes de ver a neta ingressar na universidade, mas Lígia a mantém viva em suas memórias. Após se formar em maio de 2025, a jovem médica enviou um currículo para o hospital e, mesmo sendo recém-formada, conquistou a oportunidade de atuar na área de clínica geral.

O hospital celebrou a chegada de Lígia com a seguinte mensagem: “Ela representa a conquista de gerações e a esperança de um futuro com mais equidade na saúde”.

A Luta por um Sonho: Barreiras e Conquistas 🏆

Em entrevista ao g1, Lígia revelou que seu sonho de ser médica nasceu na infância, por influência do pai. Após concluir o ensino médio, ela conseguiu uma bolsa em um curso preparatório, mas a vaga na universidade não veio de primeira. Sem condições de se manter, ela passou a estudar em casa.

Na segunda tentativa, Lígia ingressou no curso de biomedicina em Jataí, mas seu objetivo sempre foi a medicina. Em 2019, ela prestou o Enem novamente e, por meio do programa de cotas para quilombolas da Universidade Federal de Catalão (UFJ), finalmente realizou seu sonho.

Durante a graduação, Lígia enfrentou desafios, mas também conquistou amigos e compartilhou suas experiências nas redes sociais. Em uma publicação emocionante, ela celebrou sua formação como médica após anos de estudo e dedicação:

“Esse momento não é só sobre me tornar médica. Já banalizei várias vezes durante o decorrer do curso a relevância da minha graduação, pelo próprio contato e costume com o ambiente médico. Mas, me dei conta que esse momento é de luta”.

Lígia também destacou o aumento de 690% de pretos e pardos no curso de medicina, mas ressaltou que o grupo ainda representa apenas 27% do total de ingressos em universidades públicas no país.

Se você tem um sonho, acredite: “E fica aqui meu incentivo para crianças que sonham, mas acham impossível, não é”, incentivou a jovem.

Quilombo: Raízes e Ressignificação 🌱

O local onde Lígia cresceu foi reconhecido como quilombo pela Fundação Cultural Palmares (FCP) em 2017. A comunidade, de origem periférica, era conhecida como “Chupa osso” devido à carência dos moradores.

“As pessoas que moram lá são pessoas trabalhadoras em áreas marginalizadas, são garis, minha avó mesmo trabalhou em serviços gerais por muitos anos, e não tinham condições financeiras de comprar carne, por exemplo. Elas iam no açougue e pegavam os ossos, que só tinham um pouco de carne, e comiam”, relatou Lígia.

Hoje, o nome é usado como forma de fortalecimento e ressignificação para a comunidade. Lígia guarda boas lembranças do lugar em que cresceu, rodeada de atividades e crianças para brincar.

A médica se orgulha de ver o início de uma nova geração: “Eu já consigo ver muitas de nós ocupando esses lugares. A gente já tem outra quilombola que está fazendo medicina na UFJ e que também é do Alto Santana, da mesma comunidade que eu”.

Ocupar Espaços e Reivindicar Direitos ✊

Elenízia da Mata, Secretária de Igualdade e Equidade Étnico-Racial da Prefeitura de Goiás, enfatiza que a cidade foi construída a partir do trabalho de pessoas negras e indígenas, que historicamente foram marginalizadas.

Ela destaca que essa desigualdade se reflete nos espaços de formação, principalmente em cursos de maior prestígio, como medicina. “Quando a gente consegue registrar na história de que em 2025 nós estamos com a primeira mulher médica afrodescente e remanescente de quilombo, nós celebramos a vitória da Lígia, mas também denunciamos o apagamento da presença negra e indigena em Goiás”, declarou.

Para Elenízia, a história de Lígia é um farol para outros jovens quilombolas: “A chegada de Lígia inspira outros jovens quilombolas a perceber que existem outros caminhos para além dos lugares de suberviência ou de estarem apenas no serviço bruto. Aponta para o fato de que apostar na educação pode trazer mobilidade social”.

Elenízia também compartilhou um episódio de racismo sofrido pela avó de Lígia, Ione, no hospital, o que reforça a importância do lugar que a neta ocupa hoje: “Ver esse ciclo se fechando trás esperança para a gente”.

A história de Lígia Fonseca é uma ode à perseverança, à luta contra o racismo e à importância da representatividade. Que sua trajetória inspire muitos outros jovens a perseguirem seus sonhos e ocuparem espaços de poder! ✨

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