A Trágica História do Cantor Sertanejo Yuri Ramirez: Entre o Sucesso nos Palcos e o Envolvimento com o Crime
A vida de Iuri Gomes Oliveira Ramires, artisticamente conhecido como Yuri Ramirez, foi interrompida de forma brutal em Campo Grande. Aos 47 anos, o cantor e compositor foi executado com oito tiros, revelando uma existência complexa e sombria, dividida entre a música e o submundo do crime.
Uma Juventude Musical Marcada pelo Crime
Desde a adolescência, Yuri trilhou o caminho da música, mas também se envolveu com atividades ilícitas. Suas prisões, em grande parte relacionadas ao tráfico de drogas, o levaram a ser considerado um dos maiores traficantes da Região Noroeste de Goiânia. A dualidade de sua vida era evidente: enquanto brilhava nos palcos, acumulava passagens pela polícia.
Conhecido como “Cowboy”, Yuri foi detido pela quinta vez em 2018, por tráfico de drogas. Mesmo com as constantes idas e vindas da prisão, ele nunca abandonou a música. Em 2019, lançou a canção “Coração de Aroeira” e continuou a se apresentar, divulgando seus trabalhos no YouTube.
O Legado Musical e a Ficha Criminal
Quatro de suas músicas ganharam destaque nas redes sociais: “Mentiras”, “Tive que fugir”, “O tempo não volta” e “Princesa e o vagabundo”. Além disso, Yuri possuía 33 composições registradas em seu nome.
Originário de Campo Grande, o cantor começou sua trajetória musical influenciado pelo rock, mas posteriormente migrou para o sertanejo, seguindo os passos de seu pai. Suas letras, muitas vezes, refletiam suas próprias experiências de vida.
A Escalada do Crime: Uma Cronologia da Vida Ilícita
- 2001 e 2003: Primeiras prisões por roubo e tráfico de drogas.
- 2006: Flagrado com drogas em São Gabriel do Oeste (MS), sendo condenado a 10 anos de prisão.
- 2016: Encontrado com 3,1 kg de maconha no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.
- 2018: Preso novamente em Goiânia, acusado de ser o maior traficante da região, com envolvimento na venda de 800 kg de maconha.
Acusações de Estupro e Prisão Domiciliar
Em 2024, Yuri passou a ser investigado por suspeita de estupro de duas menores. No momento de sua execução, ele cumpria prisão domiciliar por tráfico de drogas, após ser flagrado com 14,8 kg de maconha.
Apesar de negar as acusações, sua prisão preventiva foi decretada, mas posteriormente revogada sob medidas cautelares, como proibição de sair da cidade, recolhimento domiciliar e monitoramento eletrônico.
Investigação em Andamento
A Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando o assassinato de Yuri Ramirez. A perícia encontrou 12 cápsulas de pistola na cena do crime, indicando a violência da execução.
A vida de Yuri Ramirez, marcada pela música e pelo crime, chega a um trágico fim, deixando um rastro de mistério e perguntas sem respostas.