🚨 COP30 em Belém: A Realidade por Trás do Brilho Verde! 🚨
“Região Norte / Ferida aberta pelo progresso / Sugada pelos sulistas / E amputada pela consciência nacional”. Esses versos de uma canção marcante dos anos 80 em Belém ecoam a complexa relação da cidade com o desenvolvimento e a identidade amazônida.
A escolha de Belém como sede da COP30 traz à tona a urgência de discutir os desafios urbanos que afetam diretamente a justiça socioespacial e climática na metrópole amazônica. Mas será que os preparativos estão à altura?
A Cidade das Mangueiras em Números:
- 1.303.403 habitantes
- Mais da metade da população reside em favelas e comunidades urbanas
- Baixíssimo índice de arborização
- Aumento de quase 2°C na temperatura nos últimos 50 anos
Em meio à exuberância da Floresta Amazônica, Belém enfrenta desigualdades gritantes e desafios ambientais urgentes.
🚧 Obras da COP30: Para Quem e Com Qual Propósito? 🚧
A união de esforços entre as esferas de governo para a realização da COP30 em Belém resultou em um expressivo investimento em obras de infraestrutura. No entanto, a falta de debate democrático na definição dessas obras levanta sérias questões:
- As decisões foram tomadas a portas fechadas, ignorando as diretrizes do Estatuto da Cidade.
- As obras priorizam a atração de turistas em detrimento da redução das desigualdades socioespaciais.
- O foco no “City Marketing” transforma a cidade em um produto para quem pode pagar, negligenciando as necessidades da população mais vulnerável.
🌿 Greenwashing em Belém: A Verdade Por Trás da Imagem Verde 🌿
As ações do governo estadual revelam uma alarmante desconexão entre o discurso ambientalista e a prática, configurando um caso evidente de greenwashing. O Pará se promove como sustentável, mas as obras urbanas contradizem essa narrativa:
Exemplos de “Lavagem Verde”:
- Duplicação da Rua da Marinha e Avenida Liberdade: Estimulam o uso de veículos privados, contrariando as práticas de cidades sustentáveis, e atendem a interesses imobiliários.
- Parques Lineares Nova Doca e Avenida Tamandaré: Localizados em áreas nobres, reforçam a especulação imobiliária e negligenciam as áreas mais carentes.
- Avenida Liberdade: Além da supressão vegetal, o traçado corta uma APA, pondo em risco o manancial de água da comunidade quilombola Abacatal.
Enquanto isso, os bairros e distritos mais pobres da cidade são negligenciados, recebendo apenas intervenções de infraestrutura “cinza”, que não contribuem para a mitigação e adaptação climática.
Para se aprofundar:
- COP30: as duras críticas às políticas ambientais do Brasil publicadas em importante jornal científico
- ‘O maior pesadelo é a desinformação’, diz André Correa do Lago, presidente da COP 30
🌎 Belém: Palco de um Evento ou Agente de Transformação? 🌎
A COP30 em Belém corre o risco de se tornar apenas um palco para líderes mundiais que, possivelmente, não chegarão a um consenso sobre as medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e financiar os países mais vulneráveis às mudanças climáticas. A cidade precisa urgentemente de ações que transformem de fato sua realidade socioambiental!