A Tragédia de Beatriz: Um Relacionamento Abusivo com um Final Brutal

A história de Beatriz Aparecida de Araújo Cruz é um doloroso lembrete dos horrores da violência doméstica. Segundo sua mãe, Roseli de Araújo, Beatriz viveu um inferno nas mãos do ex-marido, o homem que confessou tê-la assassinado após 14 anos de relação marcada por abusos.

“Ele abusava dela de todas as formas”, desabafa Roseli, descrevendo o relacionamento de Beatriz com Thiago Fernando Monteiro. A jovem de 31 anos, mãe de um menino de 8, desapareceu em Serra Negra (SP) em abril, sendo encontrada sem vida em agosto, após a confissão do ex-marido.

Um Ciclo de Violência Silencioso

Em uma entrevista comovente, Roseli revelou o ciclo de violência física, psicológica e sexual que Beatriz enfrentou em segredo por anos. A mãe só descobriu os horrores em janeiro, ao presenciar uma agressão.

Como tudo começou:

  • Beatriz e Thiago se conheceram em um curso técnico em Itapira (SP).
  • Thiago se aproximou pedindo ajuda com as matérias.
  • Um mês antes de completar 18 anos, Beatriz foi pedida em namoro.
  • Casaram-se pouco tempo depois.

Apesar do início aparentemente normal, Roseli notou mudanças no comportamento da filha: “Ela se fechou, ficou retraída. A gente achava que era por causa da carga de responsabilidade”.

O Príncipe Encantado Era um Predador

Anos depois, em um churrasco familiar, Thiago revelou que planejou o encontro com Beatriz. Ele se matriculou no curso apenas para se aproximar dela, chegando a enviar uma carta para a sede da instituição em São Paulo para garantir sua vaga.

“Ele falou: ‘quando eu quero alguma coisa eu vou buscar’. Eu acho que no lugar dela eu me sentiria uma idiota”, lamenta Roseli.

Agressões, Ameaças e Tentativas de Fuga

Em janeiro de 2025, Roseli presenciou uma das agressões e denunciou Thiago à polícia. Abatida, Beatriz aceitou sair de casa.

A família procurou uma advogada, mas Beatriz não conseguia escrever sobre o que havia sofrido: “Ela não conseguia escrever o que passou. Pegava a caneta e só chorava”. Com ajuda psicológica, ela relatou os abusos:

  • Agressões físicas desde a gravidez.
  • Espancamentos em partes íntimas para não deixar marcas visíveis.
  • Abuso sexual constante.
  • Obrigatoriedade de aparentar felicidade em público.

Beatriz tentou fugir diversas vezes, mas Thiago a impedia, usando de ameaças terríveis: “Ele falou que, se ela não ficasse quietinha, o filho não ia nascer, e que se ela me procurasse ou procurasse a irmã, ia ter que conviver com a minha morte nas costas”.

O Desaparecimento e o Final Trágico

Em Serra Negra, Beatriz conseguiu uma medida protetiva contra o ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento. No dia 19 de abril, ela desapareceu a caminho do trabalho.

Thiago foi preso em junho e confessou o feminicídio em agosto, indicando o local onde enterrou o corpo de Beatriz. Segundo ele, a vítima o feriu com uma faca no pescoço durante uma discussão.

“Ele abusava dela de todas as formas. Ela sofreu violência emocional, psicológica, patrimonial. O que eu espero é que ele seja o exemplo, para que outros homens pensem duas vezes antes de colocar a mão em uma mulher”, finaliza Roseli, comovida.

Que a história de Beatriz sirva de alerta e incentive outras mulheres a denunciarem seus agressores. A violência doméstica é um crime e deve ser combatida com rigor.

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